segunda-feira, 23 de junho de 2008

Capitu!

Para Capitu, a quem eu pude conhecer melhor durante aquela viagem para Angra...

Toda maldade do mundo estava concentrada ali, um misto de poder, magia e beleza. Sabia que era bela e entendia ser a sua função neste pararelo anjo por um dia na vida de algumas pessoas. Não conseguia perceber o alcance de suas atitudes, não podia entender o quanto era a presença do bem e do mal para alguns. Era mais fria e calculista do que demonstrava. No amâgo era doce e meiga, onde era pensava não ser. Era bela, era mal dita, feita para o prazer. Tentava viver longe dos julgamentos morais, mas o julgamento mais doloroso se fazia em sua máquina pensante. Era uma imagem, um quadro dos mais belos, daqueles que o pintor consegue expressar simetricamente todas as coisas, mas a tinta com que fora pintada se desfacelava fácil, ficava esmaecida, pálida, era extremamente contraditória aquela obra, de traços penetrantes e material fraco. Era a deusa do pecado, senhora das esquivas, mãe do mutável, rainha do errado. Era a princesa do amor, amava como ninguém, mas era um amor passageiro, mas não deixava de ser amor, porque em sua raíz, era intenso, puro e vivo. Busca o intangível, se aventurava, permitia ser o que não era e experimentar o que deveras era proibido. Corria o risco de ver não como lhe era indicado, mas como realmente achava ser válido, se prendia em seus próprios julgamentos, remoía seus pensamentos por não entender porque era assim, mas no fundo, onde todos são, ela gostava de como era, mesmo não sendo capaz de aguentar toda a responsabilidade que trazia em si e para si, de ser se livre em um mundo dominante.

Um comentário:

Victor Hugo disse...

pow rafa... você escreve bem.. deve ler muito né?
que top